sábado, 24 de outubro de 2015

October Update

"Shosanna" by Maaria Laurinen

     Hello there! Geez, I never seem to keep my promises of writing more frequently on this blog, do I!? Well, let's just say I'll try to at least give updates once a month. This one you're reading is October's.

     I've been so busy with my school readings that it feels like I don't have time for anything anymore. Which, apart from me not having any time to write in here, is the reason there aren't as many posts as before. I'm only reading and reading and can't find the time to think about my own stuff, to have my own reflections. I have got many, many ideas annotated but I don't have the time to give them a lot of thought! For example, a thought-experiment on gender and sexuality – is it possible that they're mostly socially constructed, rather than biologically determined? I think that's a very interesting question, part of a greater, broader question of mine: What if we weren't subjected to society's values or to those of any social institution? Are all of men's creations determined by the contexts in which they were made?

     Now, I plan on working on all of my ideas when I finish reading the stuff I need to read. That, and I also want to write a diary, maybe a novel, learn a new language... And talking about languages, I do need to practice my english more, especially my writing and talking – one of the reasons I'm writing this right now! Damn, there are so many things I still want to do, I may have to set up a schedule. Yeah... I definitely do need to set up a schedule. Anyway, about my last post, which was in portuguese, was written in response to what stupid close-minded politicians are doing to my country. I didn't want to get very political with this blog, but I was so angry with those stupid idiots that I just couldn't hold myself, thus it being my longest post so far. Now they're trying to pass a law which will make it harder for women to have abortions in cases of rape (the only legal way to do it), to get morning after pills if they want to, and getting medical treatment after being raped – yes, they're that crazy. I probably won't write about it though, otherwise it'd turn out to be a whole book.
     
     Well, that's all I have for today... I think. I'll just leave you with a drawing of the beautiful, bad-ass Shoshanna Dreyfus (Mélanie Laurent). Good night and goodbye, ya'll!


sábado, 26 de setembro de 2015

Homossexualidade

OK. Está na hora de esclarecer umas coisas. Na verdade, já passou muito da hora de esclarecer os direitos LGBT, e de uma vez por todas.

Foto de Charles McQuillan/Getty Images disponível no TheGuardian.com
    Vamos ver... por onde começar? Já sei! Por que não pelos princípios do liberalismo? Direito à vida, à propriedade, à liberdade. Liberdade! Mas que tipo de liberdade? Liberdade de expressão, liberdade religiosa, liberdade de imprensa, liberdade econômica e as liberdades individuais. Ainda, a laicização do Estado, um sistema governamental democrático, e a igualdade de tais direitos para todos os cidadãos, incluindo a igualdade jurídica e a noção de que todos os homens e mulheres nascem iguais. Pronto. Aqueles que não concordam com um ou mais desses direitos não é liberal. Pode ser stalinista, maoista, fascista, nazista, anarquista, capitalista, comunista, feudalista, absolutista ou até "tribalista", mas liberal não é. Tendo isso em conta, que tal discutir esses princípios?
     Em primeiro lugar, e isso tem de ficar bem claro, é absolutamente importante não confundir LIBERDADE RELIGIOSA com o direito de IMPOR a sua religião aos outros. Ter liberdade de religião é ser livre para cultuar, vangloriar, meditar e, enfim, exercer ato religioso de natureza qualquer contanto que este não infrinja ou ataque a liberdade do outro. Portanto, querer impor valores  ou morais religiosos a toda uma população seria contrário aos princípios liberais, primeiramente, porque o Estado deve ser LAICO, e em segundo lugar, porque o próprio princípio de liberdade religiosa não permite que um cidadão seja obrigado a seguir os valores ou morais de qualquer religião que não seja a de sua escolha. Um político que exerce tal medida é anti-liberal e aproxima-se das ideologias fascistas/nazistas e absolutistas. Assim, estabelecer num país um "estatuto da família" baseado em tradições e valores religiosos (cristãos, por exemplo) é uma ação anti-liberal.
     Lembremos que um princípio liberal tem limites, pois não deve infringir ou estar em desacordo com os outros. Portanto, por mais que a maior parte da população concorde com um "estatuto da família" de fundamento religioso, isto é, seja democraticamente aceito, tal estatuto, por entrar em oposição com a liberdade religiosa e a laicização do Estado, não é valido, pelo menos de acordo com os princípios de uma sociedade liberal. Não é a toa que soa absurdo um seguidor do islamismo subir ao poder no Brasil e tentar obrigar todas as mulheres a vestir hijab, ou então um homossexual fundamentalista radical (se é que existe) determinar um estatuto da família que reconheça apenas casais homossexuais, mesmo se ambas situações fossem democraticamente aceitas. Ora, se não aceitaríamos um estatuto que reconhecesse apenas a homossexualidade (mesmo se a maioria de nós fosse homossexual), então porque aceitar um que só reconhece casais heterossexuais? O fato de uma lei ser democrática não a impede de ir contra aos princípios liberais.
    A Liberdade de expressão também tem limites. Somos livres para ser racistas, mas não para exercer atos racistas, porque infere a noção de que uma raça é superior a outra, e se esse fosse o caso seria aceitável tratar um grupo de maneira diferente perante a lei, assim estando em contra-posição à igualdade jurídica e aproximando-se novamente ao fascismo/nazismo. Da mesma forma, somos livres para ser homofóbicos (ou "ser contra", "não aceitar", etc.), mas não para cometer atos de homofobia.
     Para finalizar esse papo de liberalismo e seguirmos ao próximo tópico, é relevante mencionar também o infame "casamento gay" ou união civil entre pessoas do mesmo sexo, que na verdade deveria ser chamado apenas união civil. Explicar tal polêmica a partir de um ponto de vista liberal é muito simples – se todos os cidadãos devem possuir igualdade de direitos e jurídica (igualdade perante a lei), então é extremamente errado negar o direito de união civil a um certo grupo de pessoas, ainda mais por motivos de valores religiosos. Concluindo esta parte, que fique claro:

SER A FAVOR DO ESTATUTO DA FAMÍLIA PROPOSTO PELA ATUAL CÂMARA DOS DEPUTADOS (set/2015) E CONTRA O DIREITO DE UNIÃO CIVIL ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO NÃO É SÓ UMA ATITUDE NÃO LIBERAL, MAS ANTI-LIBERAL.

    Ufa, que bom que resolvemos isso. Agora, adiante!

    Muitos ainda tentam justificar posições homofóbicas apelando a argumentações supostamente científicas, exaltando, por exemplo, o fato de que relações homossexuais não geram prole (filhos, descendentes, etc. – chame-os como quiser). Esse argumento é de nível tão infantil e atrasado que chega até a ser estúpido. Se fosse assim, todos os casais heterossexuais deveriam ser proibidos de utilizar métodos anticoncepcionais, e pessoas inférteis, homens que fizeram vasectomia e pessoas que não pretendem ter filhos não deveriam ter o direito de se casar (nem ter a legitimidade de suas relações reconhecida).
    Seja sincero, soa estúpido, não? Até porque existe algo chamado adoção, conhecem? Ou quem sabe aquele método que a espécie humana inventou por causa de sua inteligência aguçada decorrente de processos evolutivos de adaptação, chamado inseminação artificial? Acredita? Diferentemente do restante dos animais, os seres humanos descobriram técnicas de reprodução que não requerem mais a ocorrência de relações sexuais para gerar um feto. E, com a ajudinha de uma barriga de aluguel, tal técnica torna-se perfeita para casais homoafetivos. Então não há mais porque continuar implicando em tradições que não são mais imperativas para que a reprodução seja possível. Utilizamos os métodos que bem desejarmos, dentro dos nossos limites (financeiros, principalmente).
     Dizer que a homossexualidade é errado do ponto de vista biológico é também um grande equívoco. Não só porque, como já expliquei, a reprodução não deixa de ser possível em tais relações, mas também porque a teoria da evolução não expressa um objetivo. Ela apresenta uma tendência dos seres vivos à transmissão e sobrevivência de material genético. Não há como "falhar" ou "ganhar" a evolução. Produzir descendentes e garantir a sobrevivência de material genético demonstra sucesso em dar continuidade à espécie e nada mais. Dar continuidade à espécie não é, porém, um objetivo universal, uma regra a ser seguida por todos os seres vivos.
     Outro importante esclarecimento é o fato de que homossexualidade não é uma opção, mas uma orientação sexual. Não só por razões óbvias – ninguém escolheria uma vida de discriminação e desrespeito – mas porque inúmeras tentativas de "cura gay" ou tratamento fracassaram (e ainda fracassam) ao longo do século XX. Tratamentos com medicamentos hormonais, psicológicos (behavioristas, psicanalistas, etc) ou "supressão de desejos" nunca funcionaram e não funcionam. Supostas "curas e transformações" são explicadas pelas seguintes opções:

- Tal "curado" nunca foi homossexual ou é bissexual;
- Fraude;
- O "curado" ainda é homossexual e reprime ou rejeita seus impulsos e desejos homossexuais (portanto finge ser heterossexual, mas nunca será sexualmente atraído pelo sexo oposto)

     Não é a toa que países como a Inglaterra aboliram qualquer tipo de tratamento à homossexualidade. Além disso, vários estudos (como este, este, este e este) apontam o caráter genético e biológico da homossexualidade. Vídeo para os leigos (em inglês): 


     Agora sim, para finalizar, a última questão a ser esclarecida. Talvez o presidente da câmara dos deputados Eduardo Cunha não saiba, mas os homossexuais não possuem mais direitos do que os héteros. Uma lei que criminaliza a "heterofobia" é absurda porque ninguém é oprimido por ser hétero. Héteros não são negados o direito de se casar (por serem héteros). Héteros não são expulsos de um estabelecimento por serem héteros. Héteros não são demitidos por serem héteros. Não sofrem bullying, ofensas e humilhações por serem héteros. Não são agredidos no meio da rua por causa de sua vida afetiva. Não são rejeitados e menosprezados pelos pais devido à sua sexualidade. Não são vistos como doentes mentais ou pervertidos quando se engajam em relações sexuais com pessoas do sexo oposto. Ninguém compara heterossexualidade com pedofilia e zoofilia. Héteros não são oprimidos desde a Idade Média (+1500 anos!) por causa de sua orientação e com certeza não estão sendo oprimidos agora. Héteros não são um grupo social porque sua vida é tida como normal, como padrão. Orgulho gay, caso não saiba, é uma forma de dizer que, apesar de toda discriminação, desrespeito e opressão que sofrem, não têm vergonha de ser quem são. Aliás, as paradas de orgulho LGBT surgiram como celebração dos direitos conquistados principalmente após Stonewall nos EUA. Agora, se alguém me achar a necessidade de haver um dia de "orgulho hétero" que não seja "se os gays podem, nós também podemos", visto que eles não sofrem nenhum tipo de opressão, por favor, estou ouvindo (ou lendo)!

     Então, pelo amor de JAVÉ, BUDA E GANESHA, será que dá pra ter um pouco de maturidade e respeitar escolhas individuais que não afetam, não alteram, prejudicam, enfim, não fazem 
A MENOR DIFERENÇA EM SUAS VIDAS ?


Foto de Brian Lawless/PA, disponível no TheGuardian.com

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Update


     Hello there, it's been a while.

    So much has happened since I last wrote on this blog... (the Girl Rising post doesn't count) where do I begin? Well, I think I'd better explain myself first. As I have mentioned before, I'm in college now and haven't had much time or even inspiration to write in here. Also, since I don't live in a english-speaking country and stopped studying english, there may be a lot of grammar mistakes on my posts from now on, which is also the reason I want to start writing again. I need to practice my english, otherwise I may lose it which is ironic because in the first post I said how I needed to practice my portuguese writing since I was doing everything in english. However, I don't really have much of a problem with reading or writing, it's just the speaking part that is getting very rusty - I don't have anyone to talk in english to! I guess I could I talk to myself, but people would just start to think I'm weird (even more so)
     So that leads me here, still trying to figure out what to write about (rhymed!)... For instance, I'll try to post more, for that I really need to improve my english; Secondly, I also want my writings to be more natural, more spontaneous. Before, I was spending almost four hours just to write a single post because most of them were about things I needed to give some thought and reflect upon. They were pretty random, I admit, but they were ideas that just appeared in my mind when I still had some space in it - now it's all college stuff. So now my posts are going to be more like, eh, a diary. It will be a stress release for my brain to keep up with everything I'm studying, more like the posts Old World and cities at nightIt may get really boring, it may not. Maybe it's already boring.
     I chose this picture for this post because I really like it. It gives me a sense of calmness and serenity, but also the feeling of a promising future (maybe because of the plane?). That's great advertising for Air Greenland. Anyway, it's getting late now, I'm gonna sleep. 

    G'night, y'all!

sábado, 25 de julho de 2015

Girl Rising


Scene from the film "Girl Rising" (2012)

   So I just watch this documentary "Girl Rising" from 2012 and although overall I'd give it a 8/10, that ending speech was simply amazing. I even cried. Very heart-touching and truly, truly inspiring. I don't know if it was written by Amina herself or her writer, but it's a fenomenal quote nonetheless.
     The following quote was narrated by Anne Hathaway while this song was playing. But Florence and The Machine could work too.
    
"[I felt] Impatient because we are poor, because we are silenced, disenfranchised, beaten, cut, married as children, sold, raped. When we seek freedom we are burned. When we speak the truth we are silenced. When we go to school we are bombed, poisoned, shot. Don’t tell me it simply has always been so. Don’t tell me that blame lies in my religion, in my culture. I am an Afghan woman and I know from history that it hasn’t always been this way. On my wedding day I tried to think of all the strong Afghan women who had gone before me: women who could read and write and who spoke their minds. Women who were national heroes. I have not forgotten my vow. Change is coming. I will read and I will learn and I will study. I will return to school. I dare you to tell me it’s a waste of time. If you try to stop me, I will just try harder. Put me in a pit - I will climb out. If you kill me, there will be other girls who rise up and take my place. I will find a way to endure. To prevail. The future of man lies in me and this is the future I see. I am the beginning of a different story in Afghanistan. And when my granddaughter explains how I withstood the odds against me, it will become legend. Oh yes, perhaps it will only be whispered at first but just you watch, it will grow into a roar, an inexhaustible voice that will usher in a brighter future. Do you doubt me? Do you underestimate my will? Look into my eyes. 
Do you see it now? I am change." 

sábado, 9 de maio de 2015

The past is now.


Street in Kyoto, by GomJabbar

   So, remember that post I wrote about having weird feeling of nostalgia, as if everything I was currently living was already in the past? Today I woke up with a similar idea. But first, let me warn you, i will use the words "living" and "past" quite a lot.
    "The future is now" is a great slogan for a tech company. I can't remember which one, though, but i think you've probably heard it once or twice. Maybe it was Samsung or apple or something, I don't know. Anyway, this morning I somehow got to the (probably inaccurate) conclusion that the past is now.
    I may be just an idiot with a lot of imagination, but think about it, we will never live in the future, because that is a concept in our head which is always ahead of us. And I'm not talking about the weird feeling we get whenever we get in touch with some very high-tech devices (like me, when I first got to use the Motorola Xoom back in 2012 - man, that thing was awesome!), but the actual and literal future. Next year is the future right now, a mere concept in my head, an imagination, a prediction, something I've never experienced. And when I start living it, it won't be the future anymore, thus, I will never live in the future.
    However, we live in the past, since everything we are experiencing right now will always be in the past. All that is happening today and all that you're currently thinking will be in the past, a memory for the future you to remember. That bring us an interesting question: 

What if we're living in the memories of our future self?

But wait, come on, we're obviously not, right? Right? I mean, how could our future self remember everything with so much detail? Well, Freud showed us that our brain saves a lot more than what we  think in our unconscious, although most of it is unaccessible. And the thing is, if we are indeed living in the memories of our future self, then who knows what his mind is capable of compared to ours? Also, studies have shown that more than 50% (or was it 30... Maybe 70 - it was a lot, okay?) are in fact generated by our brain, that is, the more you remember something, the less accurate this memory becomes. So we might remember things that haven't even happened! And that leads us to a second, scarier question:

What if most of what we live isn't actually real?

Are a lot of things we see and feel just creation of our future self's mind? Or is all of it fake, and we're not part of his memory, but instead part of his imagination? So are we responsible for our own actions?  Or is all that randomness just another way of reaching the same, old conclusion: I think therefore I am?

Oh, screw it. My head is just too tired to think about this nonsense.

domingo, 26 de abril de 2015

The importance of your life.



    Is it possible to live a life without friends? I have heard more than once that no one can live isolated, that a life with no human interaction is impossible since we are social beings, and we're not able to live outside of a society, of a group of people. However, I wonder if anyone is able to live without friends.
    Some of us have lots of friends, some of us don't. But some simply don't have any. Sure, a teenager might have its parents, a woman might have her workmates and most have their family. Well, depending on how close you are with your family, parents or yout workmates, they may not be considered as friends. Friends are not only people you can laugh and have fun with, but they're also people you can cry to and tell your problems. And if you have no one to do all of those things together it's safe to say you don't have any friends.
     So there is, in fact, people with no friends - therefore it is possible - but they're not necessarily healthy. Actually, I dare to say none of them are, at least according to what our society constitutes as healthy. Since we all live in a society, and that having friends is very common - if not an unwritten rule - a person without any feels not only lonely but excluded, left behind, not loved. That's why, besides the obvious, having people who cares about you (usually friends) is a necessity in order to be mentally healthy. Suicidal thoughts usually occur in the minds of those who feel isolated, like nobody cares if they're dead or alive, like they're not important.
    And what makes us important? What gives us the feeling of being important, what makes all of our lives matter? People. Friends, precisely. Those special human beings who miss you when you're away, who laugh when you're near, who listen when you're sad. Only humans can make other humans feel important because your personality and character can only matter to those who can understand and apreciate them. That's the reason why we can't live alone, the reason why everybody needs friends. They are the ones who turn our life into something valuable. Because if nobody cares about us, then we might as well be dead.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Old World

couple-at-the-beach



    Today I had a very strange feeling. I was sitting in the comfort of the AC in my cousin's room while reading a book (1984, more precisely) when a weird kind of nostalgia hit me: the notion that everything I am living today will turn into past.
    "But M, you genius, isn't that obvious?" you might ask. In a way, yeah... But I don't mean it like that. Of course I know one day everything in the present is going to be in the past. But it is one thing to know that, it's another thing to feel it. Well, I started to think about how I would see all of that that I'm living today when I'm older, let's say, the age of my father (50). Will I see it the same way I see old photos and movies and read texts from the 1970s? Will I consider my current way of living, dressing, eating and speaking to be old, antique, ancient? And I don't mean that in a good nostalgic way.
    Whenever I feel this "bad nostalgia" - let's call it that - my heart gets heavy, as if a melancholy shadow had struck my soul (I didn't want that to sound poetic, sorry). It's hard to explain, but I feel like I'm not enjoying the present, like I'm wasting my life and that by the time I realize how much it's time has already passed, I would suddenly be 60 years old (it's okay if you didn't get a thing, I kinda didn't either).
    At the end of all of this, I wonder if I should appreciate more the little things in my life. I always feel like big things never happen to me, but maybe I set all my expectations too high. Or perhaps I just don't have any. There are so much stuff about me I don't quite understand yet.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Selfie

"Selfie" tirada por Vivian Maier

    Sempre de vez em quando eu ia até o armário dos meus pais e escolhia algum álbum de fotos para ver (sim, ainda existem álbuns de fotos físicos). Tinha fotos de infância, da faculdade, de viagens, do casamento, da família e amigos, e muitas outras. É interessante quando você vê como uma fração de tempo congelada num pedaço de papel tem o poder de te contar tanto.
    A maior parte das fotos amadoras antigas - e quando digo "antigas", digo quaisquer fotos tiradas até o começo da Era Digital - guardam momentos especiais, histórias valiosas para seus autores/donos (até porque não sairia barato ficar gastando filme com qualquer foto de comida), que esperam recordá-las algum dia. Nessas fotos, quase sempre estão presentes mais de uma pessoa, e o local em que elas estavam, este geralmente reconhecível. Há sempre uma história interessante a ser contada por trás dessas fotos, sempre uma memória. Hoje em dia nós tiramos selfies, que geralmente, a menos que outra pessoa esteja na foto, não costumam esconder uma lembrança fascinante por trás delas.
   Não que ainda não tiremos mais fotos como antigamente, mas é que recentemente nós não nos preocupamos muito em guardar o momento, mas em registrá-lo de forma que outras pessoas irão gostar. E além das famosas selfies, tentamos tirar nossas fotos como profissionais: a paisagem mais bonita, o café-da-manhã mais apetitoso, o cachorro mais fofinho, a foto mais artística. Dê uma olhada geral nos álbuns do Facebook ou nos perfis do Instagram. Será que é isso que nós queremos lembrar quando ficarmos mais velhos? A foto do pudim que comeu ontem, do céu azul dum fim de semana qualquer, da décima selfie de academia/elevador que postou esse mês?
    Milhões de fotos amadoras surgem todos os dias, mas poucas foram criadas para recordação. A finalidade das fotos está mudando nos dias atuais, se é que já não mudou. E as redes sociais foram grandes influências para essa mudança. Se antigamente usávamos a câmera para lembrança, hoje a usamos para compartilhar. Talvez não haja um grande problema nisso tudo, aí vai de acordo com a interpretação de cada um. Pode ser que no futuro essas fotos sejam consideradas como característica da nossa geração. Mas deixo essa frase pra refletir: Nunca tiramos tanta foto como agora, o que não significa que registramos mais o nosso presente.

domingo, 12 de abril de 2015

Cities at night

Hallucination by Sina Pakzad Kasra
    Do you know one thing I find odd? It is no mystery that time goes slower when we're doing nothing at all whilst when we do things we like it feels like minutes are shorter, but every once in a while I catch myself daydreaming while I stare at nowhere. And during the time this happens there is this weird feeling as if time had actually stopped, but immediately after "waking up" from that it feels like hours have passed. This is particularly easy to happen if I'm staring at the city lights at night. I don't know if it's just me, but I think there's something very classy about the glowing colors of big cities. I always say that some cities might be very ugly during daytime (the city I live in, for example), but no city is ugly at night. Skyscrapers shine up in the sky, cars give movement to their lights, but when you take a look at the buildings you see something truly magnificent. In every apartment and floor that has its lights on, there is a different person whose life you know nothing about, and probably never will. And you can't help but wonder who might live in each of these homes. A traditional family with three twins may be living there. Or perhaps the biggest criminal on earth. Or a depressive and suicidal teenager. Possibly a young couple having a romantic dinner? Maybe the love of your life lies in one of them! It is so fascinating to realize that everybody's got their own lives, their own personal stories which are yet to be told. You end up forgetting about your own life for a brief moment, just thinking about everyone else's. In fact, one could say that this is a moment of true altruism, of complete selflessness! ...Or maybe not, i don't know.
    What I do know, however, is that nothing goes better with classy cities at night than a good piece of modern jazz. Also, to complete, a nice cup of coffee. Oh man, that's the life! Anyway, those big concrete forests can sure be considered beautiful for those who love it. And to think that I am leaving my hometown in order to go to college makes me very sad. I have lived all my life here and now I'm going to a tiny town in the countryside where everyone is so ignorant and close minded. I hate it. Well, the fact that I got into college makes up for it, but still, I don't know what I'll do without those pleasant noises the city makes at night. They make it easier to sleep somehow.
    That's it for today. Goodnight, person.

sábado, 11 de abril de 2015

Você nunca irá para o espaço.


    Já parou para pensar que você provavelmente nunca irá para o espaço? Que você nunca vai sair da Terra e observar o nosso planeta azul "brilhando" no meio da imensidão do universo, ou experimentar correr e pular na gravidade-quase-zero do nosso satélite esburacado? Que não vai explorar e se aventurar por novos mundos, vivenciar diferentes paisagens, até então desconhecidas pela humanidade, por estar preso nessa gigante esfera rochosa? Astrônomos dizem ser impossível para a mente humana conhecer e aprender a infinidade do universo. Mas a grande maioria de nós nem chegará a conhecer o que existe fora da Terra.
   Há mais ou menos 50 anos atrás, desde que Yuri Gagarin tornou-se o primeiro homem a atingir o espaço, aproximadamente 500 pessoas já deixaram a Terra. Quinhentas pessoas de 7.000.000.000! Existem mais bilionários do que isso, aliás, mais do que o triplo para ser mais exato. Tendo isso em mente, a probabilidade de você deixar a terra (a menos que você seja um astronauta) no decorrer de sua vida é incrivelmente pequena. Menor ainda se você vive num país que não possui um programa espacial (o Brasil praticamente não tem) e ainda menor se você não possui ensino superior (~90% dos brasileiros). Ela só aumenta um pouco se você tiver a condição de pagar por uma viagem comercial ao espaço quando ela estiver disponível, se é que um dia estará. Uma viagem para fora da Terra deverá ser tão cara que eu não acredito que será acessível para a maior parte da população dentro de cem anos. Para tomar como exemplo, um vôo para simular gravidade zero já existe e está na faixa dos R$15.000,00 (Go Zero-G). Ora, creio que pelo menos metade da população mundial nem sequer viajou de avião (50% da humanidade vive com menos de R$240,00 por mês - ou 6 reais por dia). Então não, eu não acredito que o número de pessoas que já estiveram fora da Terra aumente muito nas próximas décadas. Talvez triplique, quadruplique ou até se multiplique por 100. Ainda sim será um número muito pequeno se comparado com o resto da população.
    Mas deixando de lado todo esse astrophe ("ástrofe"), não é porque nunca sairemos da atmosfera terrestre que não possamos nos aventurar pelos mais variados cantos do planeta. E para ser sincero, por mais que eu não desperdiçaria uma oportunidade de ir para o espaço, eu acho que seria mais interessante fazer uma viagem por todo o globo, porque a Terra tem algo que o resto do universo não tem: gente. Qualquer pessoa que viaje para outros países a fim de conhecer as maravilhas e as mais fantásticas paisagens que eles oferecem deveria também conhecer as culturas locais. Se vai para o Himalaia, conheça o povo Tibetano e seus magníficos templos. Se vai para as maravilhosas praias das ilhas do pacífico, conheça as tradições dos povos Oceânicos. Os seres humanos são com certeza uma das mais complexas características do nosso planeta. Somos todos partes de uma mesma espécie, e mesmo assim somos todos tão diferentes uns dos outros. E não digo etnicamente (fisicamente), mas nos variamos principalmente quanto às nossas culturas. Tudo bem que por causa da globalização, nossas culturas estão ficando cada vez mais similares. Não que isso seja bom ou ruim, mas é definitivamente muito interessante "ver"a diversidade da espécie humana.
    Falando em globalização, se você mora na cidade ou em algum país desenvolvido, alguma vez já percebeu que faz parte de um grupo um tanto privilegiado dentro da sociedade global? Apenas 20% das pessoas do mundo vivem com mais de 30 reais por dia, como disse anteriormente, e metade da população mundial vive na área rural. Depois que reparei nisso, pensei: Será que essa globalização da qual muitos dizem ser benéfica já atingiu a vida da maioria das pessoas? Se você mora em cidade grande, talvez não perceba, mas grande parte do território brasileiro é habitado por pessoas que ainda não têm acesso a novas tecnologias. Principalmente no interior das regiões Norte e Nordeste, as quais compõem mais da metade do território nacional. Em grandes áreas da África Subsaariana e em vastas regiões da Ásia central não se vê muita diferença entre o modo de vida das pessoas 50 anos atrás e o de hoje. Acho que é otimista (ou pessimista, dependendo do seu ponto de vista) demais dizer que hoje vivemos num mundo globalizado, porque apesar da economia ser globalizada, não necessariamente a sociedade também é. Lembre-se de que a globalização ainda é um fenômeno relativamente recente e que suas consequências afetam primordialmente as áreas urbanas dos países, razão pela qual mais de um terço da população mundial ainda mal aproveita das vantagens da globalização.
    A globalização pode até ser um evento inevitável, mas dentro de países desenvolvidos (e globalizados) existem aquelas pessoas que a recusam, evitando o uso e o contato com novas tecnologias, a exemplo dos Amish nos EUA e do povo Roma (foto acima), popularmente chamados de "ciganos". Mas quem sabe a globalização acabe por se tonar um evento benéfico para a humanidade? Se uma população unida permite o avanço de uma sociedade, talvez a população unida permita o avanço da sociedade, e consequentemente, a conquista do espaço.

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    Escrever é bom de vez em quando, não é? Já faz tanto tempo que eu não escrevo que acho que estou perdendo o jeito, se é que algum dia eu o tive (está certo isso, "o tive"?). O fato é que estou há quatro meses sem fazer absolutamente porra nenhuma da vida além de coçar o saco em casa, e em meio à tanta falta do que fazer decidi fazer esse blog. Para falar a verdade, estou me sentindo mais burro. Quando você fica meses sem escrever um texto formal (não que este aqui seja) com pelo menos mais de um parágrafo, acaba-se percebendo uma paralisia parcial do cérebro. É sério. Minha rotina se resumia a dormir, acordar, comer, ver série/youtube, comer e dormir novamente. Daí os neurônios enferrujam. Perdi a conta de quantas vezes tive de procurar o significado de palavras que antes costumava usar tranquilamente. Só hoje, não lembrava o significado de "coagir" e "conivente". Ler textos acadêmicos (ou qualquer frase com palavras mais sofisticadas) requerem uma segunda, terceira, quarta reeleitura.
    Mas não é só isso. Eu também costumo ler, assistir e pesquisar na internet geralmente apenas em inglês. Não sei quando aconteceu, só sei que de uns anos pra cá eu desenvolvi uma repugnação imensa com a internet brasileira e seus usuários. É claro que há sim vantagem em navegar na rede em inglês, a disponibilidade de conteúdo é muito maior, a troca de informação entre pessoas de diferentes países é bem interessante, a Wikipedia é muito mais completa, etc. Obviamente não justifica essa repugnação que tenho com o conteúdo nacional. Parte dela vem do fato de que grande parte do conteúdo da mídia brasileira já é uma bosta, mas aí esse conteúdo também começa a tomar a internet. A outra parte talvez venha da minha vontade (inconsciente?) de escapar dessa nossa sociedade atrasada. É como se eu buscasse fugir da minha, da nossa realidade, e só por um breve momento esquecer que eu vivo nesse lugarzinho chamado Brasil. Enfim, meu ponto é que de tanto eu me recusar a me expor a conteúdo brasileiro acabei me "esquecendo" de como falar/entender português corretamente. E se parecer o contrário, é porque estou usando o corretor automático e um dicionário online enquanto escrevo.
    Faz tempo que eu não faço nada de produtivo ou que aprendo algo novo na minha língua nativa. E eu sei que terei que ler muitos textos acadêmicos e escrever textos inteligentes quando eu começar a faculdade. Por isso meu conselho para você que está preocupado com a própria capacidade mental não poderia ser outro: leia um livro com palavras "difíceis" e escreva textos expressando as suas ideias e pensamentos. Talvez seu texto nunca seja lido (assim como este blog), mas quem sabe você não acaba escrevendo alguma ideia revolucionária e ganhe o prêmio Nobel da Filosofia (que eu não sei se existe)? O que importa é produzir conteúdo novo e original.